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Jornal eletrônico voltado à região metropolitana do Rio de Janeiro produzido pelo coletivo Reage Socialista.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

51º Congresso da UNE


Os desafios da esquerda no 51º Congresso da UNE

Chegamos ao 51º CONUNE. O mundo atravessa neste momento uma grave crise econômica, que de “marolinha” não tem nada. O que se vê em escala planetária é a tentativa de jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores através de demissões e da flexibilização “temporária” de direitos trabalhistas. Se engana quem pensa que as reviravoltas na economia mundial não afetam a juventude. Aqui no Brasil, já vemos alguns claros ataques a direitos históricos dos jovens, como é o caso do projeto de lei de restrição da meia-entrada e do corte de 10% do orçamento da educação. O pior: isto parece ser apenas a ponta do iceberg. Ao que tudo indica, os ataques não pararão por aí e a capacidade de resistência da juventude hoje ainda se mostra bem pequena. Precisamos dar um salto de qualidade em termos de mobilização se não quisermos ver descerem pelo ralo direitos históricos conquistados no calor de muitas lutas.

A UNE não nos ajuda nesses termos. Aliás, há muito tempo essa entidade tem se mostrado distante dos estudantes, burocratizada e, mais recentemente, governista. Com a ascensão de Lula à presidência, a UNE se torna correia de transmissão das políticas do governo para a educação. Apesar de tudo isso, consideramos importante estar na entidade para disputar a consciência dos cerca de 8 mil estudantes que participam de seus Congressos a cada dois anos. Queremos resgatar a trajetória de luta da UNE! Por isso, fazemos parte do campo de oposição de esquerda.

Nesse CONUNE, temos algumas tarefas. Para além de participar ativamente das mesas de debate, plenárias e grupos de discussão, devemos investir na recomposição do campo da oposição de esquerda como algo que exista de fato – inclusive para além dos fóruns da UNE. É preciso construir uma referência de luta junto aos estudantes, o que só pode ser feito com algum grau de organicidade, materiais próprios, programa de lutas... Enfim, precisamos ter uma cara própria e superar o atual estágio de uma casca vazia que só se materializa a cada dois anos no CONUNE. Para que isso possa acontecer, é preciso superar a lógica da disputa fratricida por cargos no aparato da UNE. Essa disputa tem fragilizado nossa unidade e impedido que enfrentemos a quem devemos enfrentar de fato. Não devemos perder de vista que participamos da UNE não para disputar cargos, mas sim para disputar a consciência dos estudantes que participam dos fóruns da entidade.

Após o Congresso da UNE, também teremos uma importante tarefa a cumprir. É necessário reunir os setores do movimento estudantil combativo para tirar uma agenda de lutas comum para enfrentar a crise e os ataques que já se abatem sobre nós. Nesse sentido, é importante realizar no segundo semestre – o quanto antes – uma plenária nacional do movimento estudantil combativo, que reúna tanto os setores da esquerda da UNE quanto aqueles que romperam com a entidade. É hora de superar os divisionismos e as falsas polêmicas que existem entre nós!
São essas as nossas tarefas. Agora, mãos à obra!

Carolina Barreto (PSOL-UFRJ)

Um comentário:

Anônimo disse...

Vale a pena conhecer a ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes - Livre) http://anelivre.blogspot.com/

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